Dia de hoje 16
16
021/11/06, o barco da memória
Como todos os dias, naquele dia de Verão,
Desci pelas encostas dos montes,
Carreiros íngremes de cabras.
Desci-os lentamente
À custa de solas de sapatos
E de olhares presos no além-longe.
Cheguei ao Tâmega
Que, como nos últimos tempos,
Somente eu vou às suas águas gloriosas.
Cheguei, estiquei-me à pai-adão,
Na toalha estendida na relva.
Com surpresa, vindo não sei de onde,
Vejo ali, encostado à relva onde poisei, um barco.
Então, sinto-me rodeado de jovens e crianças,
A jogar, a brincar, a saltar para a água.
No barco o “velho Correia”
À espera que embarcássemos para a viagem
Às rochas misteriosas rendadas pelas águas.