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Dia de Hoje

Dia de Hoje

30
Abr22

Comentário 256

Zé Onofre

                 256

 

022/04/30

 Sobre uma máxima de Che Guevara, citado por Fátima Ribeiro no blog sussurrosdaminhaalma.sapo.blogs.pt, no dia 022/04/26

 

Sonhar futuros e horizontes,

Viajar até à estrela polar 

Voar no vento além dos montes

Regressar num raio de luar

Ver lágrimas em água das fontes,

É esquecer a realidade e desligar.

 

Lutar pela liberdade é um acto racional

Que se faz, sem esperar reconhecimento.

É uma viagem de que não se sabe o final.

É enfrentar sangue, dor, muito sofrimento.

É uma caminhada curta, longa, sem igual,

É viver a vida sempre, a qualquer momento.

       Zé Onofre

30
Abr22

Comentário 255

Zé Onofre

                     255

 

022/04/29

 

Sobre, O Equívoco de Se Ser, por Cuca Margoux, em 022/04/27, no blog aesquinadodesencontro.blogs.sapo.pt

 

Saberei eu quem sou?

Ou sou o que imagino ser?

Ou apenas serei uma imagem

Reflectida nos olhos de alguém?

 

Que imagem é aquela reflectida,

Que olho nos olhos da gente

Que apressada, ou lenta, passa

Por esta sombra vagabunda.

 

Serei a sombra fugidia nos olhos

Da gente que apressada vai sem destino,

Ou aquela sombra quase parada

Nos olhos de quem não tem para onde ir.

 

Conhecendo-me, ou desconhecendo-me,

Sei que caminho pela vida como sombra

De um eu que vive, sofre e interroga,

O caminho por onde passo a passo vou.

  Zé Onofre

29
Abr22

Comentário 254

Zé Onofre
               254

022/04/29

Sobre Eco, por Maria em 28.04.22 no blog narrativa.blogs.sapo.pt/ 

 

Quanto tempo, tem o tempo

Se o tempo, tempo tem.

 

Quem se move,

Nós no tempo,

Ou o tempo em nós?

 

Viajamos no tempo sobre o espaço?

Ou o espaço é que cavalga o tempo

E nos leva na sua garupa?

 

Seja lá qual for a verdade

Chegará um dia em que o espaço,

Ou o raio do tempo param.

 

Nós, qual cavaleiros desprevenidos,

Seremos lançados garupa fora

Como trouxa sem valor.

  Ze Onofre

23
Abr22

Comentário 252

Zé Onofre

                    252 

 

022/04/23

 

Sobre SER QUEM SOMOS ..., por Romi, em desabar.blogs.sapo.pt, em 022/04/22- Foto na publicação

 

Estarmos à distância de um clique é pura ilusão.

Nem que o clique permita

Olharmo-nos olhos nos olhos

Ouvir nos lábios o que dizemos,

Há coisas que o clique não faz.

Sentir o perfume

Secar uma lágrima fugidia

Com a suavidade da toalha dos lábios,

Abraçar com ternura um desgosto,

Ou de alegria dançarmos

Nem que seja uma canção de roda.

O clique é a ilusão da proximidade.

Por isso ainda há uma nostalgia húmida

Quando a partida me separa.

   Zé Onofre

23
Abr22

Comentário 251

Zé Onofre

                    251 

 

022/04/22

Sobre Sem título, por Fátima Ribeiro,    sussurrosdaminhaalma.blogs.sapo.pt  Foto na publicação.

 

Entre o céu e a terra,

Por entre o azul e o cinzento

Que o vento arrasta,

Os sonhos espreitam,

Qual sol doirado,

À procura de quem os aprecie.

 

Deitado ao acaso numa cama verde,

Descansando dos passos dados

Por veredas tantas vezes caminhadas,

De sentidos fechados

Abandonado completamente o mundo

Deixo-me levar.

 

Quem me eleva assim

Por entre o cinzento,

Por entre o azul

Como balão insuflado

De ar quente?

  Zé Onofre

22
Abr22

Comentário 250

Zé Onofre

                   250  

 

022/04/22

 

Sobre – saíste como entraste na minha vida, por Maria em silencios.blogs.sapo.pt/

 

Agora, espero ouvir passos

Caminharem até à porta de entrada

Do casulo onde vivo.

 

Agora, olho através do postigo,

Nem uma sombra se desloca

Para o casulo onde vivo.

  

Agora, cansado de esperar e olhar,

Apoio a cabeça nas mãos cansadas

Na mesa do casulo onde vivo.

 

Passam então, na tela dos olhos fechados

Imagens que o tempo, esse ladrão de cores

Tornou cinzentas, quase fundidas

Nas paredes do casulo onde vivo.

 

São imagens de tantas pessoas

Que vieram, que foram,

Com quem fiz mil e uma aventuras.

Habitam como fantasmas no casulo onde vivo.

 

Noutros tempos vieram

Cheios de vida e alegria, sóis da minha vida.

Partiram com saudades e saudades deixaram.

Agora nem alegria, nem sóis, nem tristeza,

Apenas fantasmas melancólicos

No casulo onde vivo.

Zé Onofre

22
Abr22

Por aqui e por ali 100

Zé Onofre

100

 

996/12/__

 

Janeiras, escola de Vilarinho, V. Caiz, AMT (música «marco do correio)

 

Meu senhor, minha senhora, então que tal,

Nós cantamos, do jeito que sabemos.

Esperamos, tenham tido um bom Natal

Qu’este ano seja melhor assim o queremos.

 

Andamos a dar vivas de porta em porta,

Desafinando assim alegremente.

Mas a nós isso pouco importa

Desde que fique feliz a nossa gente.

 

Mas falemos do que aqui nos traz,

Nesta noite de Janeiro tão fria,

Andamos para a frente e para trás

P´ra que na escola haja mais alegria.

 

Já não temos mais assunto para cantar,

De repente ficamos sem ter que dizer,

Algum dinheiro, nos venham aqui dar

Desde já estamos a agradecer.

 

Pedimos, não demorem a abrir

A vossa porta acolhedora de par em par.

Já dissemos o que vínhamos pedir

Está na hora de para outra casa abalar.

Zé Onofre

21
Abr22

Comentário 249

Zé Onofre

          B 249 ------- 244

 

022/04/21

 

Sobre recados que te deixo, #3 por Sandra em cronicassilabasasolta.blogs.sapo.pt. Foto na publicação

 

 

 

Por caminhos há muito trilhados

Vou em passos saudosos

Em busca do quê?

  

Olho com olhares atentos

Em cada tronco de árvore madura,

Em cada pedra de muro caída,

Em cada clareira de musgo

E tento ver com olhos saudosos

Não sei o quê.

 

Com todos os sentidos alerta

Espero sentir

Na brisa mais leve

Uma sensação longínqua,

Com as orelhas espetadas,

O eco de um som há muito ido,

E o nariz, também esse procura,

Um perfume diferente

E nada.

 

Com um hábito automático,

Coisa que me ficou de há tanto tempo,

Pergunto

Que é que procuro?

 

Sem resposta,

Viro-me para a esquerda,  

Onde deverias estar,

Mas já não estás.

20
Abr22

Dia de hoje 42

Zé Onofre

                   42

 

022/04/20

 

Longe, longe

Nas curvas e contracurvas

Da caminhada que aqui me trouxe,

Ficaram perdidas tantas coisas

Que julgava nunca terem acontecido.

  

De repente, nas curvas e contracurvas,

Da caminhada,

Que continua ainda,

Aparece um sinal que me atira lá atrás

Onde me vejo já sombra esbatida

E gasta pelo tempo.

 

Ainda assim, por entre o nevoeiro

Do passado e dos olhos molhados,

Consigo ver uns rapazitos a brincar

Estrada abaixo, estrada acima,

A brincar ao bate-e-fica,

Como se dizia na minha aldeia

Que noutras bandas era à caçadinha.

 

Num outro quadro é noite,

Noites longas da Missa do Galo,

Da quinta-feira Santa,

Do sábado da Aleluia,

Das Festas da Ascensão,

Da srª da Graça

E da Assunpção,

Que duravam ainda mais

Nas canções de roda,

Na bruxa-da-ajuda,

Do quem-me-livra,

No jogo das escondidas,

Que às vezes de tanto cansaço,

Se adormecia no esconderijo,

E somente se acordava ao sol nascente.

 

Um último quadro.

Uma casa em construção

Com paredes graníticas,

Vãos de portas e janelas a começar.

Nas esquinas olhos espreitam,

Um corpo pequeno avança,

De braço estendido.

Segura na mão uma pequena pistola

 – Feita de madeira

Que atira balas feitas de ramo de choupo

Projectadas por uma tira de câmara de ar –

Efeitos do “Bonanza”,

Que nos punha a jogar aos «cowboys».

  Zé Onofre 

20
Abr22

Comentário 248

Zé Onofre

B248 ----- 243

 

022/04/20

 

Comentário sobre O oráculo, de Maria em Maria no blog narativasblogs.sapo.pt,18.04.22.

 

Flores simples,

De várias cores

Enfeitadas.

 

Flores simples,

Emergentes nos sítios mais improváveis,

 

 

A adoçar as agruras

De paisagens agressivas.

 

Flores simples.

Com pétalas grandes,

Pequenas,

Ou mais pequenas ainda,

Atapetando campos verdes,

Taludes,

Ou muros toscos de pedras.

 

Tapetes brancos,

Tapetes amarelos,

Tapetes irisados

Imitando arco-íris

Fazendo caminho

Até longe, e ainda mais além.

 

Flores simples,

Que na sua ingenuidade

Se deixam brincar ao bem-me-quer,

Mal-me-quer

Como se guardassem na sua singeleza,

Os amores, ou desamores,

De jovens inseguros.

 

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